Foi com a Bossa Nova que a
música popular brasileira começou a ser valorizada aqui e no exterior e desde
então vem sendo cada vez mais apreciada em todo o mundo e respeitada por sua
qualidade e pela riqueza e diversidade de ritmos.
Poeta e compositor, Vinícius também era chamado de O Poetinha!
Antes da bossa nova fazia
sucesso desde 1870 o chorinho, musica instrumental geralmente executada por
trios de flauta, violão e cavaquinho, também chamados de bandas de pau-e-corda.
Os músicos costumavam ser chamados de chorões e alguns se tornaram célebres
como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha
Pixinguinha, carinhoso
A partir dos anos de 1920 o samba, que antes ficava
restrito aos morros, começa a ganhar todo o Brasil a ponto de hoje ser
considerado símbolo de nossa identidade nacional. Destaca-se nesse período
Cartola, compositor de sambas imortais como “As rosas não falam” e “O mundo é
um moinho”
Nos anos 1940 Luiz Gonzaga leva o Baião para o cenário
nacional emocionando o Brasil com sua autenticidade de homem do sertão de
Pernambuco, a qualidade da sua sanfona e a poesia das letras.
Luiz Gonzaga
Surge uma nova Bossa
Durante a década de 50, o
Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra
Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens
músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar
algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo dramático que dominava
a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia
influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava à
internacionalização da música brasileira.
Para a
maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um
compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico
lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a
presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do
LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla
compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções
da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi
considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das
50 grandes obras musicais da humanidade.
A Bossa
Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto
no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto,
Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros
artistas.
A Bossa
Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao
invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz
norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por
alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos
Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova
ao samba, ao baião e ao xote nordestino.
Com as
mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a
trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento
de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à
repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música
popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em
1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do
estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas.
Destacam-se Vinícius de Morais e Tom Jobim. Vinícius de Morais também foi
responsável pela valorização da música negra ao passar a freqüentar o candomblé
e gravar um disco chamado “Os Afrosambas”
Tom e Vinícius
Tom Jobim e Frank Sinatra
Vinícius “Canto de Xangô”
dos afrosambas
O universo musical brasileiro estava saindo dos embalos
da bossa nova, quando mergulhou
num movimento cultural contestador e vanguardista, em plena década de 60, a Tropicália ou
Tropicalismo. O país
estava recém-dominado pela ditadura militar, em plena efervescência social e
política, lutando contra a presença dos militares no poder, contra as sementes
iniciais da censura. Embora prestes a enfrentar um regime endurecido, após um
golpe dentro do golpe, realizado em 1968 pela ala mais conservadora do
Exército, através da promulgação do Ato Institucional número 5, o famoso AI-5, a geração dos
Centros Populares de Cultura, da Arena, dos movimentos estudantis, continuava a
pleno vapor no exercício de uma energia criativa que
parecia inesgotável.
É neste contexto que nasce
o movimento tropicalista, sob a inspiração da
esfera pop local e da estrangeira, principalmente do pop-rock e do concretismo.
A tropicália era o espelho do sincretismo brasileiro, pois misturava em um
único caldeirão as mais diversas tendências, como a cultura popular brasileira
e inovações extremas na estética. Ela pretendia subverter as convenções,
transgredir as regras vigentes, tanto nos aspectos sócio-políticos, quanto nas
dimensões da cultura e do comportamento.
Integraram diligentemente
esta corrente cultural o cantor e compositor baiano, Caetano Veloso,
Torquato Neto, também poeta, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, o maestro e
arranjador Rogério Duprat, as cantoras Gal Costa e Nara Leão, no campo musical;
Hélio Oiticica e outros criadores nas Artes Plásticas; Glauber Rocha e seu
Cinema Novo na esfera audiovisual; e figuras como José Celso Martinez Corrêa no
teatro.
Caetano Veloso
Mutantes
novos baianos
A partir da
Tropicália o rock ganha força no Brasil tornando-se a música da juventude dos
anos 1980. Destacam-se Cazuza e Legião Urbana.
Legião urbana
Cazuza
Depois disso,
com o rap, o funk, o sertaneja universitário, a maior parte da música veiculada
na música vem se tornando cada vez mais pobre, tanto na poesia das letras
quanto na qualidade dos arranjos.