quarta-feira, 5 de agosto de 2015

A Música Brasileira ganha o mundo


Foi com a Bossa Nova que a música popular brasileira começou a ser valorizada aqui e no exterior e desde então vem sendo cada vez mais apreciada em todo o mundo e respeitada por sua qualidade e pela riqueza e diversidade de ritmos.

Poeta e compositor, Vinícius também era chamado de O Poetinha!


Antes da bossa nova fazia sucesso desde 1870 o chorinho, musica instrumental geralmente executada por trios de flauta, violão e cavaquinho, também chamados de bandas de pau-e-corda. Os músicos costumavam ser chamados de chorões e alguns se tornaram célebres como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha

Pixinguinha, carinhoso


A partir dos anos de 1920 o samba, que antes ficava restrito aos morros, começa a ganhar todo o Brasil a ponto de hoje ser considerado símbolo de nossa identidade nacional. Destaca-se nesse período Cartola, compositor de sambas imortais como “As rosas não falam” e “O mundo é um moinho”

Nos anos 1940 Luiz Gonzaga leva o Baião para o cenário nacional emocionando o Brasil com sua autenticidade de homem do sertão de Pernambuco, a qualidade da sua sanfona e a poesia das letras.
Luiz Gonzaga

Surge uma nova Bossa

Durante a década de 50, o Brasil vivia a euforia do crescimento econômico gerado após a Segunda Guerra Mundial. Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta do Rio de Janeiro começou a buscar algo realmente novo e que fosse capaz de fugir do estilo dramático que dominava a música brasileira. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia influenciar o mundo com sua cultura, por isso, o novo movimento visava à internacionalização da música brasileira.

Para a maioria dos críticos, a Bossa Nova se iniciou oficialmente em 1958, com um compacto simples do violonista baiano João Gilberto. Um ano depois, o músico lançou seu primeiro LP, “Chega de saudade”, que marcou definitivamente a presença do estilo musical no cenário brasileiro. Grande parte das músicas do LP era proveniente da parceria entre Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A dupla compôs “Garota de Ipanema”, que é, sem dúvida, uma das mais importantes canções da história da música brasileira. Para se ter uma ideia, a mesma foi considerada em 2005, pela Biblioteca do Congresso norte-americano, como uma das 50 grandes obras musicais da humanidade.

A Bossa Nova foi consagrada internacionalmente no ano de 1962, em um histórico concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque, no qual participaram Tom Jobim, João Gilberto, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, Luiz Bonfá, Carlos Lyra, entre outros artistas.

A Bossa Nova tem como características principais o desenvolvimento do canto-falado, ao invés da valorização da “grande voz”, e a marcante influência do jazz norte-americano. Esta influência, inclusive, foi criticada posteriormente por alguns artistas. Em meados da década de 1960, um grupo formado por Marcos Valle, Dori Caymmi, Edu Lobo e Francis Hime procurou reaproximar a Bossa Nova ao samba, ao baião e ao xote nordestino.

Com as mudanças políticas causadas pelo Golpe Militar de 1964, as canções começaram a trazer temas sociais. Desta forma, a música se transformou em um claro instrumento de contestação política da classe média carioca, um símbolo de resistência à repressão instaurada pela ditadura. Era o início da MPB, a moderna música popular brasileira. De fato, o movimento que originou a Bossa Nova se findou em 1966, entretanto, seu fim cronológico não significou a extinção estética do estilo musical, o qual serviu de referência para inúmeras gerações de artistas. Destacam-se Vinícius de Morais e Tom Jobim. Vinícius de Morais também foi responsável pela valorização da música negra ao passar a freqüentar o candomblé e gravar um disco chamado “Os Afrosambas”


Tom e Vinícius

Tom Jobim e Frank Sinatra

Vinícius “Canto de Xangô” dos afrosambas

O universo musical brasileiro estava saindo dos embalos da bossa nova, quando mergulhou num movimento cultural contestador e vanguardista, em plena década de 60, a Tropicália ou Tropicalismo. O país estava recém-dominado pela ditadura militar, em plena efervescência social e política, lutando contra a presença dos militares no poder, contra as sementes iniciais da censura. Embora prestes a enfrentar um regime endurecido, após um golpe dentro do golpe, realizado em 1968 pela ala mais conservadora do Exército, através da promulgação do Ato Institucional número 5, o famoso AI-5, a geração dos Centros Populares de Cultura, da Arena, dos movimentos estudantis, continuava a pleno vapor no exercício de uma energia criativa que parecia inesgotável.
É neste contexto que nasce o movimento tropicalista, sob a inspiração da esfera pop local e da estrangeira, principalmente do pop-rock e do concretismo. A tropicália era o espelho do sincretismo brasileiro, pois misturava em um único caldeirão as mais diversas tendências, como a cultura popular brasileira e inovações extremas na estética. Ela pretendia subverter as convenções, transgredir as regras vigentes, tanto nos aspectos sócio-políticos, quanto nas dimensões da cultura e do comportamento.
Integraram diligentemente esta corrente cultural o cantor e compositor baiano, Caetano Veloso, Torquato Neto, também poeta, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, o maestro e arranjador Rogério Duprat, as cantoras Gal Costa e Nara Leão, no campo musical; Hélio Oiticica e outros criadores nas Artes Plásticas; Glauber Rocha e seu Cinema Novo na esfera audiovisual; e figuras como José Celso Martinez Corrêa no teatro.

Caetano Veloso

Mutantes

novos baianos

A partir da Tropicália o rock ganha força no Brasil tornando-se a música da juventude dos anos 1980. Destacam-se Cazuza e Legião Urbana.

Legião urbana

Cazuza

Depois disso, com o rap, o funk, o sertaneja universitário, a maior parte da música veiculada na música vem se tornando cada vez mais pobre, tanto na poesia das letras quanto na qualidade dos arranjos.


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